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Informação profissional sobre a Envolvente do Edifício

Um futuro sustentável com Janelas Eficientes CLASSE+

Carolina Costa | Responsável pela gestão da etiquetagem energética de Produtos CLASSE+ da ADENE - Agência para a Energia

02/12/2021
A futuro das cidades passa pela criação de iniciativas e adoção de medidas que visem a inovação e a preservação de recursos. São cada vez maiores os desafios que enfrentamos enquanto sociedade, cujo foco é o alinhamento entre a responsabilidade ambiental e a melhoria da qualidade de vida.
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Nunca como hoje a humanidade se deparou com desafios tão complexos e exigentes. No entanto, a acompanhar a complexidade dos desafios está a evolução da tecnologia e das soluções, que permitem ir mais longe na criação de estratégias e implementação de ações que apontem na direção de um futuro mais sustentável para nós, para as cidades e para todo o planeta.

Nas estratégias a adotar é imperativo ter em conta planos para a renovação dos edifícios, tendo especial atenção à envolvente das habitações, uma vez que é dos elementos que mais influencia o consumo de energia, sendo responsável, em média, por 25% do total de consumo energético de um edifício residencial. Neste contexto, o setor das janelas, enquanto parte integrante deste elemento, atravessa uma fase de adaptação a uma nova realidade, mais exigente e inovadora.

A mudança do paradigma das janelas em Portugal

Os desafios com que nos deparamos a nível global, nomeadamente com o aparecimento da pandemia de Covid-19, vieram acelerar uma mudança que já estava em movimento. Uma cultura que procura ir mais longe no que toca à exigência de tecnologias e materiais eficientes, proporcionando conforto e qualidade de vida à sociedade, em harmonia com o meio ambiente.

Os edifícios, e em particular os elementos da sua envolvente, não ficam de fora nesta evolução iminente. Em Portugal, há cerca de 10 anos eram comuns soluções que hoje são consideradas impensáveis para cumprir as metas estabelecidas a nível de redução de emissões de gases poluentes. No caso das janelas, uma caixilharia metálica sem corte térmico e de vidro simples tinha, em 2015, um Coeficiente de transmissão térmica Uw médio de 4,48 W/m2°C, enquanto tipologias idênticas com corte térmico e vidro duplo apresentavam um valor de Uw médio de 1,91 W/m2°C, em 2020. Comparativamente, soluções de PVC com vidro duplo instaladas em 2015 atingiram um valor de Uw médio de 2,15 W/m2°C quando em 2020 a mesma tipologia já conseguia alcançar um valor de 1,80 W/m2°C. Ambos os casos refletem uma evolução a nível dos materiais das janelas, com o aparecimento de soluções com uma capacidade de isolamento térmico cada vez maior.

Embora se tenha verificado uma evolução percetível a nível de materiais com características superiores, o cenário atual no País ainda tem um longo caminho a percorrer, como evidencia a dominância de vãos com vidro simples em mais de 50% do parque edificado (habitação, comércio e serviços). Esta realidade é um alerta para a necessidade – e oportunidade – da renovação das habitações no que toca a esta componente envidraçada, essencial à melhoria da eficiência energética. De facto, pela análise das medidas de melhoria que constam nos Certificados Energéticos (SCE) em 2020, cerca de 22% incidem na substituição de vãos envidraçados.

Em paralelo, também a revisão da legislação, com a publicação do Decreto-Lei n.º 101-D/2020 leva à imposição de requisitos que permitam alcançar elevados níveis de desempenho energético, contribuindo para as metas definidas de neutralidade carbónica. Embora esta revisão não estabeleça novos valores máximos para os parâmetros como os coeficientes de transmissão térmica superficiais dos vãos envidraçados (Uw máx. W/m2°C), e fator solar dos vãos envidraçados (g máx.), prevê outros requisitos que incidem na instalação destas soluções. De facto, a instalação tem um papel fundamental para garantir os benefícios associados a janelas com bons materiais. Nesta nova redação é previsto que as obras de instalação das envolventes envidraçadas sejam realizadas por entidades habilitadas que cumpram as leis e os regulamentos aplicáveis, sendo ainda previsto que os componentes devem cumprir as normas e a legislação em vigor e, sempre que aplicável, o indicado no projeto, as instruções de montagem definidas e a arte da boa execução.

Neste sentido a iniciativa CLASSE+ (www.classemais.pt), da ADENE - Agência para a Energia, foca a sua missão no apoio a escolhas mais informadas que permitam alavancar esta mudança na direção de soluções mais eficientes, a nível nacional. A etiqueta energética para janelas, constitui assim um instrumento fulcral para agilizar a mudança já em curso. Com a etiqueta CLASSE+, o cidadão fica a conhecer a classificação do desempenho energético, de F (menos eficiente) a A+ (mais eficiente), da janela que pretende adquirir, enquanto tem acesso também a toda a informação relevante sobre a janela através de pictogramas que tornam mais claro o significado de cada parâmetro (fator solar, coeficiente de transmissão térmica da janela, atenuação acústica, entre outros).

Com mais conhecimento, que o CLASSE+ vem proporcionar, é possível alcançar objetivos de conforto térmico e poupança nas habitações, pois a substituição de uma janela vulgar, de vidro simples e sem corte térmico, por uma janela com etiqueta CLASSE+ com classificação 'A+', pode levar à redução de pelo menos 50% das perdas de energia associadas.

Assim, o esclarecimento do cidadão é o primeiro passo para promover um aumento da eficiência energética no parque edificado. Adicionalmente, e em particular no que toca à reabilitação, é também importante a implementação de instrumentos de política pública que incentivem, estimulem e cofinanciem a mudança do paradigma atual.

Neste sentido, o mais recente programa que permite o financiamento de medidas de melhoria que promovem o conforto térmico da habitação é a iniciativa 'Vale Eficiência', do Fundo Ambiental. Este Programa, que se enquadra no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, surge como uma medida para combater a pobreza energética e reforçar a renovação dos edifícios nacionais, com a previsão de impacto na redução da fatura energética e da pegada ecológica. À semelhança de outros programas anteriormente lançados, uma das tipologias abrangidas por esta iniciativa é a substituição de janelas não eficientes por janelas eficientes, de classe energética mínima igual a 'A'. Já foram submetidas mais de 4 mil candidaturas, e emitidos 368 vales. Ao abrigo deste programa pretende-se entregar 100.000 'vales eficiência' a famílias economicamente vulneráveis até 2025, no valor unitário de 1.300 €, acrescido de IVA.

Ainda no contexto de financiamento, também o 'Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis', atualmente na 2ª fase, tem um impacto positivo no aumento da procura pela melhoria da eficiência energética, com mais de 30 mil candidaturas recebidas. Neste caso, para os envidraçados as candidaturas apenas são elegíveis quando é feita a substituição de janelas não eficientes por janelas de classe 'A+', sendo que esta intervenção foi das mais procuradas com mais de 30% das candidaturas a incidir nesta tipologia, denotando a grande disponibilidade de investimento que o cidadão tem para a envolvente envidraçada da habitação.

Complementarmente, 2021 foi o ano de lançamento de outro instrumento fundamental para ajudar à concretização desta aposta e investimento em medidas de eficiência energética e melhoria da sustentabilidade nos edifícios, o Portal casA+ (www.portalcasamais.pt). Num único sítio online, o proprietário encontra um conjunto de dados úteis sobre o seu imóvel, reúne informação sobre estes e outros incentivos, tendo ainda acesso a um diretório de empresas de qualidade e confiança, elegíveis às diferentes tipologias de intervenção no âmbito do 'Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis' do Fundo Ambiental. Neste portal, o consumidor contacta de forma direta e ágil com soluções disponibilizadas em mercado pelas melhores empresas e profissionais, em diversas áreas de atuação, dentro da eficiência energética e da eficiência hídrica. É possível solicitar propostas para a implementação de medidas de melhoria e encontrar informação técnica sobre as diversas soluções disponíveis, permitindo ao consumidor realizar uma escolha informada e optar, sempre que possível, por produtos mais eficientes e adequados à sua situação.

Impacto da etiqueta CLASSE+ nas soluções da envolvente dos edifícios

Para além de um instrumento informativo para o cidadão, o CLASSE+ é também uma oportunidade para as empresas do setor que, ao classificarem os seus produtos de acordo com as regras de etiquetagem CLASSE+, assumem um rigor técnico que é posteriormente alvo de um processo de verificação de qualidade, transmitindo assim confiança ao cidadão. Por outro lado, permite ainda reforçarem a sua posição no mercado, evidenciando a qualidade da sua oferta com a classificação do desempenho energético das suas soluções eficientes. A evolução da recetividade a esta iniciativa revela uma resposta positiva por parte do setor das janelas, com a adesão de perto de 1000 empresas, que representam mais de 60% do volume de negócio da área de caixilharia em Portugal, e a emissão de cerca de 250 000 etiquetas para janelas.
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No que diz respeito à instalação, o CLASSE+ em estreita colaboração com a ANFAJE, surge neste contexto de otimizar boas práticas na instalação através da formação de profissionais do setor, com o Curso de Instaladores de Janelas Eficientes. Com mais de 500 instaladores formados, este Curso tem vindo a ser destacado pela sua forte procura, com duas edições com casa cheia realizadas este ano, e com uma perspetiva otimista de abertura de mais vagas ainda antes do mês de dezembro. O CLASSE+ considera ainda que é importante adequar as diferentes soluções disponíveis no mercado às necessidades verificadas em cada caso. Deste modo, e com o intuito de melhorar a qualidade da prescrição de soluções de envidraçado, foi lançado o Curso de Prescritores de Janelas Eficientes CLASSE+. Os prescritores formados, de entre técnicos, orçamentistas e arquitetos, ascendem já aos 200.

A própria evolução do conceito do CLASSE+ prevê a expansão da etiqueta a novos produtos da envolvente dos edifícios. Um dos elementos a destacar são as películas de controlo solar para janelas. Num esforço conjunto entre o IteCons e o IST, em articulação com a EWFA – European Window Film Association, o desenvolvimento da metodologia de classificação destas soluções foi recentemente finalizado, resultando num instrumento que irá permitir informar o consumidor no momento da escolha, alinhando assim com a missão do CLASSE+.

Idêntico à etiqueta energética para janelas, também este instrumento irá realçar através de pictogramas caraterísticas essenciais da película, destacando os benefícios que a mesma provoca numa janela de referência, nomeadamente a nível de redução de consumo de arrefecimento e de conforto térmico no verão, bem como num vidro com a alteração de parâmetros chave, como é o caso do fator solar ou coeficiente de transmissão térmica (Ug W/m2°C). Por outras palavras, de forma clara e acessível para o cidadão, pretende-se que seja disponibilizada a informação necessária para que a comparação entre produtos existentes no mercado mais fácil. Ainda sem data definida, está previsto um eventual lançamento deste instrumento para o ano 2022.

Inovação como mote para o futuro

O crescimento do CLASSE+ reflete não apenas a procura da etiqueta por parte dos clientes, mas também uma preocupação por parte do setor que procura cada vez mais ir além dos requisitos na legislação, e contribuir para o aparecimento de soluções inovadoras e de instalações que respeitem as boas práticas. Assim, começa a tornar-se mais evidente o aparecimento de soluções inteligentes que permitem simultaneamente melhores desempenhos dos produtos e maior facilidade na sua utilização.

O crescimento do CLASSE+ reflete não apenas a procura da etiqueta por parte dos clientes, mas também uma preocupação por parte do setor que procura cada vez mais ir além dos requisitos na legislação, e contribuir para o aparecimento de soluções inovadoras e de instalações que respeitem as boas práticas

As janelas inteligentes são um excelente exemplo disso mesmo, uma vez que permitem escurecer ou iluminar uma divisão com base na temperatura, controlando assim a quantidade de calor que entra dentro da habitação. Deste modo, com uma melhor e mais eficiente regulação da temperatura a necessidade de consumo de energia associada ao aquecimento e arrefecimento da habitação será exponencialmente reduzido. Existem já diversas soluções disponíveis no mercado, como é o caso dos vidros de baixa emissividade (Low-e) e as películas de controlo solar. Surge também a aplicação de materiais compósitos reforçados com fibras de vidro aplicada ao sector das janelas, melhorando as condições de iluminação e visibilidade e permitindo maiores dimensões de janelas, sem prejudicar o conforto térmico da habitação. Este tipo de sistemas de caixilharia tem vindo a ser alvo de estudos a nível nacional de modo a perceber o seu comportamento comparativamente aos materiais tradicionais. As conclusões à data permitem perceber que estes perfis combinados com vidros de alta qualidade permitem atingir excelentes desempenhos ao nível do isolamento térmico e acústico.

Os casos de sucesso das empresas aderentes do CLASSE+ são prova viva do crescente compromisso que as empresas têm perante a sustentabilidade dos seus projetos e obras. Estes casos identificam as intervenções que se distinguem pela qualidade e inovação, nos quais as janelas instaladas têm a etiqueta CLASSE+ de classe 'A+'. Com uma grande diversidade de tipologias de janelas, constituídas por soluções de alumínio, madeira ou PVC, com vidros baixo emissivos, laminados entre outros - estes exemplos refletem a direção do setor no sentido da sustentabilidade dos edifícios, indo ao encontro das expectativas dos cidadãos e de uma realidade cada vez mais exigente.

Empresas aderentes como a Tagus PVC, Deleme Janelas, Carpilux, Janela Exótica, My Window e Carvalho&Mota, já deram o seu contributo com a divulgação dos seus casos de sucesso com boas práticas e soluções inovadoras que podem ser consultados no site do CLASSE+ (www.classemais.pt) e nos outros meios de comunicação da ADENE.

A mudança é contínua e palpável, sendo que o setor das janelas tem uma responsabilidade acrescida no que toca ao acompanhamento dos requisitos das soluções envidraçadas que integram diversos programas governamentais de benefícios financeiros, para além de obviamente responderem à legislação em vigor. Iniciativas como o CLASSE+ e Portal CasA+ ajudam as empresas nesta demanda com a classificação voluntária dos seus produtos, facilitando a interpretação por parte dos consumidores nas escolhas mais eficientes.

A evolução está a acontecer e vai numa direção de inovação e sustentabilidade, com uma certeza garantida: as janelas eficientes são o mote para 2022 e para o futuro.

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