“Para otimizar a performance energética dos edifícios é preciso começar pelo princípio – projetar com o clima local. Isto foi algo que já fizemos bem. Por isso temos casas típicas do Algarve e do Minho, por exemplo, que são completamente diferentes para tirar o maior partido do clima local e promover conforto aos habitantes, e que foi esquecido a partir da década de 70, com uma construção praticamente homogénea em todo o país”. Este foi o ponto de partida da arquiteta Marlene Roque, para a apresentação do novo caso de estudo apresentado em exclusivo aos participantes deste evento e que será divulgado publicamente em detalhe em breve.
A arquiteta projetou uma moradia 'tradicional' localizada em Sintra. Conseguiu, através de soluções construtivas de elevada eficiência energética, apontar para coeficientes de transmissão térmica (U) mais eficientes em cerca de 30 a 50% que os máximos regulamentares, para além de atingir a Classe A+.
“Para um edifício ser classe A não tem de ser necessariamente mais caro. Às vezes é mais barato se pensado desde início. Temos, não só porque a legislação nos obriga mas também porque é a única forma de preservamos o espaço em que vivemos, de pensar em todo o ciclo de vida de um edifício, de repensar as soluções que utilizamos”, rematou Marlene Roque.
Paulo Moreira (Knauf), Irma Assunção (Knauf Insulation), Oscar del Rio (Knauf Insulation), Emilia Hormazabal (Knauf Insulation) e Jorge Soares (Knauf).
A arquiteta Teresa Novais foi uma das pessoas mais próximas ao projeto da Casa da Música enquanto responsável pelo atelier local em Portugal. Nesta apresentação relembrou todos os desafios do projeto, que foi “revolucionário, e não só pelo edifício icónico mas por toda a envolvente. É um edifício aberto a todos, onde todos estão ao mesmo nível, e onde existe sempre muita dinâmica. Hoje tanto o edifício como a praça da Casa da Música são espaços de convívio, lazer e atividade da cidade”.
Em ligação muito próxima ao arquiteto Rem Kooolhas, relembra como a conexão com a história do edifício foi essencial: “É uma casa em todos os sentidos. É a casa dos músicos, mas também de todos os que a visitam. Tem uma entrada principal e uma de serviço, vários compartimentos com funções autónomos mas complementares. E temos até um ‘sótão’”.
Para além do passado, olhou-se também para o futuro neste evento. Aquando das questões finais, muito relacionadas com os desafios da eficiêcia energética e em como conjugar as exigências atuais com a projeção de edifícios icónicos como a Casa da Música, a arquiteta Teresa Novais reforçou que “o trabalho dos arquitetos é cada vez mais exigente mas mais necessário, bem como o trabalho de equipa – com outros arquitetos, engenheiros, construtores… A exigência de performance energética não pode ser uma desculpa”.
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