BJ13 - Novoperfil Portugal

54 PERFIL DOSSIER EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA PROTEÇÃO SOLAR Eficiência dos elementos de proteção solar A forte incidência da radiação direta nas superfícies verticais dos edifícios, sobretudo nas superfícies transparentes e translúcidas, pode representar um aumento significativo da temperatura numa habitação, especialmente no verão. É por isso importante considerar métodos preventivos que, enquanto previnem fenómenos de sobreaquecimento, permitem tirar partido desses ganhos energéticos. Bruna Morais Técnica Especialista da iniciativa CLASSE+ da ADENE – Agência para a Energia Numa primeira abordagem, os ganhos solares podem ser positivos para a eficiência energética do edifício, uma vez que se trata de uma fonte de energia limpa e gratuita. Contudo, uma exposição não controlada a esses ganhos pode aumentar consideravelmente o consumo energético, nomeadamente no arrefecimento ambiente com recurso a bombas de calor ou outros sistemas ativos. Os efeitos negativos da forte incidência solar agravam-se quando se projetam edificações sem qualquer tipo de estratégia bioclimática ou quando não se tem em conta que, para cada exigência climática, existe sempre uma variedade de respostas arquitetónicas. As estratégias bioclimáticas para projetos situados em clima mediterrâneo, marcado por verões quentes, secos e suaves, com temperaturas acima da média, devem normalmente priorizar soluções de proteção solar. Estes elementos, que podem ser fixos ou móveis, apresentam como função primordial o controle da entrada do calor do sol (radiação solar) e da luz nas habitações. “A existência de proteções solares pode reduzir a temperatura interior entre 1°C a 10°C” [1]. São inúmeras as soluções existentes no mercado. Desde logo, a vegetação que pode ser utilizada como um eficiente elemento externo de proteção, com o uso de árvores de copa larga, que podem atuar diretamente no sombreamento, inclusive da cobertura. No entanto, em Portugal, as soluções mais comuns são as persianas ou os estores, embora em construções mais antigas também se encontrem as portadas interiores ou exteriores. A eficácia dessas soluções, a nível do conforto térmico ou lumínico, é variável e depende normalmente da atuação do utilizador do espaço, que abre e fecha esses dispositivos de acordo com as condições climatéricas e as suas necessidades do momento. Uma solução que tem tido progressivo interesse e expressão no mercado são as películas de controlo solar (PCS), concebidas precisamente para reduzir as cargas térmicas de um espaço interior.

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