24 PERFIL DOSSIER CASAS PASSIVAS casA’s+ passivas Em Portugal, assim como noutros países na Europa, a importância e preocupação referente à eficiência energética nos edifícios tem crescido nos últimos anos. Nesse sentido têm sido implementadas diversas políticas e programas de incentivos com o objetivo de melhorar a eficiência energética das habitações portuguesas. Rita Sargento Técnica Especialista da ADENE – Agência para a Energia Atualmente, grande parte do parque edificado nacional, em especial as habitações mais antigas, é constituído por casas que apresentam um baixo nível de eficiência energética. Caracterizam-se por um elevado consumo de energia para climatização, iluminação e uso de outros sistemas que, como resultado de um isolamento insuficiente ou inexistente e da utilização de janelas e portas ineficientes e mal vedadas, representa um custo significativo no orçamento familiar para manter o conforto na habitação. Assim, e de forma a tentar inverter esta curva de ineficiência energética nas habitações, é cada vez mais premente uma consciencialização geral da importância dos elementos construtivos, dos componentes e dos próprios métodos de construção para a eficiência energética, melhorando a qualidade de vida dos ocupantes e reduzindo as emissões de gases com efeito estufa associadas ao uso dos edifícios. A construção sustentável, através de uma visão inovadora, tem vindo a ganhar grande relevância no setor da construção, apresentando novos conceitos e abordagens arquitetónicas. Entre essas abordagens, destacam-se as “casas passivas”, uma mudança na forma como projetamos e construímos as nossas habitações, com o objetivo de reduzir o consumo de energia e minimizar o impacto ambiental da construção. EM QUE CONSISTE O CONCEITO “CASAS PASSIVAS”? As casas passivas são edifícios energeticamente eficientes projetados para reduzir significativamente o consumo de energia, proporcionando um ambiente interior confortável e saudável para os seus ocupantes. O conceito de “Passivhaus”, com origem na Alemanha, na década de 1990, rapidamente se espalhou por toda a Europa e pelo mundo. O termo “passiva” refere-se a casas que podem alcançar um nível de conforto térmico e de qualidade do ar interior excecionais sem a necessidade de utilização de sistemas energéticos convencionais (ativos, ie, consumidores de energia) para aquecimento ou arrefecimento. Com a aplicação deste conceito nos edifícios é possível quebrar o círculo vicioso de consumos energéticos para aumentar o conforto em casas ineficientes. Este círculo vicioso traduz-se no acréscimo das necessidades de aquecimento e arrefecimento das habitações, que implica a utilização de equipamentos de climatização, aumentando o consumo de energia associado aos edifícios. Esse aumento de consumo obriga a uma maior produção de energia, que se não puder ser suprida por fontes renováveis, contribuirá para o crescimento de emissões de gases com efeito de estufa, o agravamento do aquecimento global e consequente subida das temperaturas médias da terra. Com as contínuas variações de temperatura, e com o aumento dos picos mínimos e máximos de temperatura, as habitações que apresentem fracas características de eficiência energética, proporcionarão menos conforto com necessidades energéticas cada vez maiores, contribuindo para a perpetuação deste ciclo. Uma das principais características das casas passivas é o elevado nível de eficiência energética. As casas são projetadas para minimizar as perdas, maximizar os ganhos de energia e aproveitar as condições climatéricas
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