77 PERFIL ESTUDO adaptar à conjuntura atual, uma redução acentuada e, além disso, urgente, concentrada em 2023 (-9,7%) e 2024 (-9,5%). Este 'choque' será suficiente para que dez países encontrem a sua nova zona de equilíbrio, mas isto não inclui os três países-chave já mencionados (França, Itália e Alemanha), onde se esperam ainda mais ajustes em baixa. O facto de os cortes continuarem nestes mercados fortes é decisivo para que a previsão continue a ser negativa em 2025 (-0,8%) e para que tenhamos de esperar até 2026 para voltar a encontrar algum crescimento (1,3%)", afirmou o representante do ITeC. Quanto à construção não-residencial. se compararmos o ajuste de 20% previsto para as novas habitações com os 4% esperados para este setor secundário, poderíamos deduzir que este mercado está a operar a partir de uma posição muito mais sólida. “No entanto, esta perceção não é correta. A principal razão pela qual as descidas não são tão acentuadas neste setor em 2023 (-1,8%) e 2024 (-2,4%) é que, em 2022, o setor secundário não-residencial europeu estava a produzir a um nível muito mais modesto do que a habitação, ainda 6% abaixo dos níveis pré-pandémicos. Por outro lado, isto possibilita que a recuperação esperada em 2025 (2,1%) e 2026 (2%) seja um pouco mais acentuada”, explicou Francisco Diéguez. Na análise por nichos de mercado, os declínios mais acentuados em 2023-24 são esperados na logística (-10,6% acumulado), escritórios (-6,3%) e construção comercial (-4,9%), embora todos estejam confiantes de que a tendência negativa irá parar em 2024. Os nichos que contam ultrapassar a turbulência de 2023-24 com menor impacto são aqueles onde se concentra a procura pública: educação (-2,7% acumulado) e saúde (-0,2%). Por último, a engenharia civil conseguiu encerrar 2023 com um crescimento respeitável (3,8%), apesar de também ter sido afetada pelo aumento dos custos. Isto comprova o empenho das administrações públicas em não se desviarem demasiado dos seus planos de infraestruturas e em tirarem partido dos fundos Next Generation da União Europeia (NGEU). A inércia de todos os trabalhos em curso não suscita receios quanto ao crescimento em 2024 (2,2%). As perspetivas para os anos seguintes estão sob a influência de fatores de sinal contrário. Em sentido positivo, a melhoria económica e o crédito mais barato deverão apoiar o investimento, em especial o investimento privado. Em sentido negativo, alguns países poderão ver as suas finanças públicas condicionadas pela reativação do Pacto de Estabilidade. De momento, as previsões tendem a dar preferência à tendência expansionista, com um crescimento anual de cerca de 2,6-2,7% para 2025 e 2026. Os nichos de mercado com melhores perspetivas são precisamente aqueles que desempenham o papel mais importante na descarbonização (energia, ferrovia) e na adaptação às alterações climáticas (redes de distribuição de água). Por conseguinte, salienta o ITeC, será necessário estar alerta no caso de a UE decidir abrandar a implantação do Pacto Ecológico. n A engenharia civil conseguiu encerrar 2023 com um crescimento respeitável (3,8%), apesar de também ter sido afetada pelo aumento dos custos A reunião de apresentação do relatório de inverno da Euroconstruct terá lugar em Milão, em dezembro. Evolução por subsetores no mercado espanhol Índices de produção a preços constantes, base 2019=100 Previsões Fonte: ITeC – Euroconstruct junho de 2024 Engenharia civil Reabilitação Não residencial Residencial
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