ENTREVISTA 47 PERFIL A digitalização das empresas tem sido uma das grandes bandeiras da ANFAJE para o setor das janelas, portas, fachadas e envolvente do edifício emPortugal. Ela está mesmo a acontecer? E que constrangimentos ainda se colocam às empresas? A digitalização está mesmo a acontecer e permitirá às empresas melhorarem a sua relação com o mercado, ganhar mais eficiência e eficácia, bem como maior produtividade e competitividade. As empresas que apostem nas oportunidades que os processos digitais trazem, quer nos processos produtivos, quer nas relações comerciais, podem obter uma maior rentabilidade das suas atividades. E, tendo em conta os apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para esta área e a aposta da Comissão Europeia através da 'Onda da Renovação', a ANFAJE considera que este é o momento certo para que os gestores das empresas do setor apostem na chamada 'Construção 4.0'. E, por isso, a ANFAJE tem levantado esta bandeira, desde 2020, intensificando ações de formação sobre este tema. Há um enorme interesse por parte do setor em acompanhar os desafios da modernização para continuar a responder positivamente às exigências atuais. O constrangimento que se coloca é o esforço financeiro inicial necessário à aquisição de novas tecnologias e equipamentos produtivos mais inteligentes e digitais. No entanto, gostaríamos de salientar que, com a digitalização, as empresas podem fazer alterações com baixo custo de investimento e alto retorno, nomeadamente nas áreas administrativas e comerciais. Creio que as empresas do setor vão saber aproveitar as janelas de oportunidade atuais, preparando os seus negócios para a digitalização das competências profissionais, dos processos produtivos e da área comercial. Nos últimos anos tivemos uma pandemia, agora temos um contextomacro-económico difícil, provocado por uma guerra na Europa. Como analisa o impacto que tudo isto teve e está a ter no setor e de que forma isso impacta na atividade económica? Nos últimos dois anos, apesar da pandemia, o setor demonstrou ter uma grande resiliência, conseguindo dar resposta a uma elevada procura e registando uma intensa atividade. Contudo, e sobretudo desde o final de 2021, as empresas foram confrontadas com alguns desafios: as disrupções e a desorganização nas cadeias logísticas, que afetam o fornecimento, a disponibilidade dos produtos e os prazos de entrega habituais; a falta de mão-de-obra qualificada e o aumento dos custos de produção e de instalação em obra. Os aumentos sucessivos dos preços das principais matérias-primas, do custo da energia e dos combustíveis têm tido um forte impacto no preço final dos produtos e serviços do nosso setor. A agravar estes problemas, que atravessaram todo o período da pande-
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