Texto: Artur Brandão | Responsável de Marketing da Saint-Gobain Glass Portugal e Coordenador do CT do Vidro do Gabinete Técnico da ANFAJE
31/03/2020A atração pelo vidro deu-se tanto pelas suas funções naturais como pela sua beleza que o levou a fazer parte do mundo da arquitetura e da arte.
O vidro, se aliado à ética no saber-estar, define bem o conceito do “desenvolvimento sustentável”, cada vez mais relevante e oportuno. O progresso e o desenvolvimento económico em prol da harmonia entre o homem e o ambiente. O conforto de hoje com o respeito pelo amanhã.
Tanto nas construções do passado como nas de hoje, o vidro é utilizado primeiro pela sua transparência, sinónimo de luz e de comunicação das quais o Homem tem necessidade. Símbolo de modernidade arquitetónica desde o século XIX, o vidro é igualmente um material “tecnologicamente avançado”, funcional e refinado, podendo-se tirar partido das suas características de transparência de forma plena ou discreta.
Graças à investigação do qual beneficiou nestas últimas décadas, o vidro contribuiu também, de forma acentuada, para a melhoria do conforto das nossas casas. A variedade dos vidros e das suas funções, a sua vertente em crescimento de aplicações interiores, proporcionam hoje ao projetista uma grande liberdade para pôr em prática uma verdadeira arquitetura de luz, que satisfaz plenamente as exigências do conforto moderno.
A luz do dia está, sem dúvida, na origem da vida e ninguém poderia passar sem ela. Citando o arquiteto Frank Lloyd Wright (1869-1959) “O sol é a grande fonte de luz de qualquer forma de vida. Deveria ser utilizada como tal na conceção de qualquer casa”.
O nosso bem-estar, o nosso desenvolvimento e mesmo a nossa saúde dependem da luz. Todos os grandes edifícios representativos de todas as épocas manifestam esta preocupação pois verifica-se que a luz estava no centro das preocupações de quem os concebeu. O vidro é, em quaisquer circunstâncias, o “filtro” maravilhoso que permite controlar e gerir a luz de forma a utilizarmos a nosso belo prazer.
A janela, por seu lado, é um meio privilegiado de trocas com o mundo exterior e a nossa casa. Projetada, dimensionada e posicionada de uma forma correta, influencia a qualidade de um edifício, tanto do ponto de vista da arquitetura como do conforto dos ambientes interiores. Citando o arquiteto Louis I. Kahn (1901-1974) “[…] É ridículo imaginar que uma lâmpada possa fazer o que o sol e as estações realizam. Por isso, é a luz natural que dá verdadeiramente sentido a um espaço arquitetural”.
Para além do contributo para um maior conforto nas nossas casas, o vidro desempenha um papel importante na proteção do planeta. Na Europa, as habitações representam mais de 46% das emissões de gases com efeito de estufa. É cada vez mais urgente promover a mudança e o vidro pode e deve ser um elemento importante na poupança de energia em três áreas distintas, complementares entre si: no isolamento térmico, graças a novos tratamentos de baixa emissividade low-E; na climatização, graças aos tratamentos de controlo solar de alta performance, e em todos os casos num melhor aproveitamento da luz solar!
O vidro pode e deve ser um elemento importante na poupança de energia em três áreas distintas, complementares entre si: no isolamento térmico, graças a novos tratamentos de baixa emissividade low-E; na climatização, graças aos tratamentos de controlo solar de alta performance, e em todos os casos num melhor aproveitamento da luz solar
Atualmente os vidros designados de alta seletividade proporcionam para além das características já mencionadas uma maior gestão no equilíbrio das energias luminosa e solar. Equilíbrio este designado de IS (Índice de Seletividade). Assim, é possível termos disponíveis no mercado vidros de baixa emissividade com uma seletividade de 1,3 a 1,8 e vidros de controlo solar com uma seletividade de 1,8 a 2,1.
Pelo seu melhor desempenho de eficiência energética em relação às paredes tradicionais, o vidro deve ser usado numa escala muito maior em edifícios novos e renovados, para o bem do planeta e de todos nós.
A segurança e a proteção são também necessidades humanas básicas e o vidro pode contribuir para ambos a vários níveis: pode ser concebido simplesmente para proteção de ferimentos em caso de contacto acidental ou ser dimensionado para proteger pessoas e bens dos agressores ou assaltantes. O vidro pode, inclusivamente, proteger do fogo. Os vidros corta-fogo tornam possível esta proteção devido ao período de tempo de resistência ao fogo e isolamento térmico que pode ir de 30 a 120 minutos.
Os vidros de segurança podem contribuir também na proteção contra a queda de pessoas, contra vandalismo e intrusos, tiros de armas de fogo, explosões e ainda contra os raios UV.
A ausência de ruído anormal e indesejável dá-nos a tranquilidade necessária para nos concentrarmos no trabalho, para relaxarmos ou para dormirmos. Numa altura em que vários estudos já provaram que o ruído de longa duração pode ter sério impacto na nossa saúde, o facto de o vidro poder ser concebido para controlar o ruído e para proteger de qualquer tipo de ruído do exterior transforma-o num fantástico aliado no objetivo de criar áreas de tranquilidade e silêncio.
À medida que o mundo se torna cada vez mais complexo, o tempo parece ser um bem ainda mais precioso. O vidro pode tornar a vida mais fácil e mais simples e ter um impacto positivo sobre a própria Natureza. As janelas com vidros de autolimpeza, por exemplo, representam menos tempo perdido em tarefas domésticas e um menor consumo de água e detergente. A multifuncionalidade dos vidros, combinando segurança, controlo da luz solar e autolimpeza, reduz o superaquecimento e traz mais conforto. Bem-vindo “à simplicidade e à economia de custos em manutenção”!
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