O Roteiro traduz o alinhamento da indústria cimenteira nacional com os compromissos e metas nacionais estabelecidos pelo Roteiro para a neutralidade carbónica 2050 (RNC2050) bem como os assumidos por Portugal no contexto europeu e internacional, nomeadamente o Pacto Ecológico Europeu, através da incorporação de soluções tecnológicas inovadoras e sustentáveis, tendo em vista a descarbonização da indústria.
Neste sentido, o documento apresenta a Abordagem '5C' (Clínquer, Cimento, Betão (Concrete), Construção, e (Re) Carbonatação), para sintetizar um conjunto de medidas destinadas ao cumprimento das citadas metas, ao longo da respetiva cadeia de valor do cimento e do betão, e até da Construção.
Esta Abordagem 5C foi apresentada em 4 de junho de 2020 em Bruxelas, junto das principais instituições europeias para corporizar a estratégia da indústria cimenteira europeia rumo à descarbonização.
A Associação Técnica da Indústria de Cimento (ATIC), em conjunto com as suas associadas Cimpor e Secil, realizou a 31 de março a conferência 'Cimentar o Futuro' para apresentar o Roteiro da indústria cimenteira nacional para a neutralidade carbónica 2050.
O evento realizou-se em formato digital e contou, entre outras personalidades, com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e com a participação do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.
“A indústria cimenteira nacional e a ATIC, em particular, foram os primeiros a responder ao desafio que lançámos quando, em 2016, o Governo assumiu o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050”, um esforço que exigirá a Portugal “reduções de emissões superiores a 85% até 2050, e uma capacidade de sequestro de carbono pelo uso do solo e florestas de 13 milhões de toneladas de carbono por ano”, referiu o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, saudou o realismo da ATIC. “Ainda bem que os nossos produtos industriais, estão conscientes dos desafios e estão a mobilizar-se para a mudança que é necessária. Este Roteiro para a neutralidade carbónica mostra que esta neutralidade é possível: a tecnologia está disponível nalguns níveis de maturidade muito diferenciados. É preciso continuar a fazer esforços ao nível da Investigação e Desenvolvimento, de investimentos em processos produtivos mais eficientes, na dotação do nosso País e de cada indústria em particular de acesso a fontes de energia renováveis, de possibilidades de utilizarmos outro tipo de energias nos próprios processos produtivos na indústria”, assinalou Siza Vieira.
“A indústria do cimento e do betão assumiu o compromisso de ser parte da solução. Para isso precisamos de políticas públicas e reguladoras que garantam uma transição equilibrada. Esta transição não pode ser feita em benefício de uns e à custa de outros. Já vimos na Europa os problemas que tal pode trazer. Portugal não pode prescindir da pouca indústria que ainda tem”, alertou o presidente da associação, Gonçalo Salazar de Leite.
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