Vidro: o grande aliado da eficiência na janela

O comportamento térmico e acústico de uma janela é, incontornavelmente, condicionado pelo vidro que a constitui. A escolha correta do vidro para cada situação é imperativa quando falamos em casas e edifícios confortáveis e para a diminuição dos custos com a fatura energética das famílias e das empresas. Em suma, o vidro marca a diferença entre uma janela eficiente e não eficiente.

O tipo de vidro escolhido para as janelas tem um impacto decisivo no desempenho térmico e acústico da solução. Portugal, em particular, enquanto país que está sujeito a uma elevada incidência solar, deve ter especial atenção a este material da envolvente do edifício. De facto, a tomada de consciência da importância do vidro tem vindo a ser cada vez mais evidente, com a crescente adoção do vidro duplo em substituição do vidro simples, que poderá reduzir até 50% o coeficiente de transmissão térmica, ou seja, melhorando assim o isolamento térmico da janela. No caso dos vidros duplos e triplos, a espessura da câmara de espaçamento, que contém gás (Argón) ou ar, irá impactar a transmissão de calor. Assim, quanto maior for este espaçamento, menores serão as trocas e, consequentemente, melhor o isolamento que a janela proporciona. Contudo, esta regra verifica-se até cerca de 16-18 mm, pelo que se sugere um espaço intercalar de 16 mm.

Também a orientação da fachada deve ser considerada. Se as janelas forem orientadas a Sul com elevada exposição e sem proteção solar, é importante ter em atenção o fator solar do vidro. Nestas circunstâncias, deve-se ter em conta soluções com valores de fator solar inferior a 0,56. A nível acústico, os vidros exterior e interior devem ter espessuras diferentes, promovendo a vibração dos vidros a diferentes frequências e atenuando assim o ruído exterior, sendo que, para um melhor isolamento sonoro, existem os vidros laminados ‘acústicos’, os mais adequados.

A etiqueta energética CLASSE+ permite simplificar o processo técnico de escolha destes elementos para a janela. O consumidor fica a conhecer a classificação do desempenho energético, de F (menos eficiente) a A+ (mais eficiente), da janela que pretende adquirir, enquanto tem acesso também a toda a informação relevante sobre a janela através de pictogramas que tornam mais claro o significado de cada parâmetro (fator solar, coeficiente de transmissão térmica da janela, atenuação acústica, entre outros).

Atualmente, com mais de 1000 empresas aderentes, o CLASSE+ é já uma referência no mercado e um instrumento indispensável na eficiência energética dos edifícios. Das empresas aderentes que são fornecedoras de materiais, 30% são produtoras de vidro e destacam-se pelo compromisso de ir mais longe na promoção da eficiência energética, através dos seus produtos inovadores e sustentáveis.

Da análise dos parâmetros técnicos das soluções de vidro, é evidente a preocupação dos nossos aderentes no que diz respeito à escolha dos materiais eficientes para as suas janelas. Naturalmente que a nível de fator solar e transmissão luminosa, os valores podem variar de acordo com o tipo de situação (ex. se for necessário incluir uma capa de controlo solar), contudo, é importante destacar que o valor de Ug retrata um vidro que não é apenas duplo simples (6-14-4 mm), mas que vai mais além, com caraterísticas fundamentais para tornar o edifício mais confortável (vidros low-e, quatro estações, etc.).

A escolha informada de vidros adequados para cada caso vai determinar, em parte, o desempenho da janela na habitação. O vidro é um grande aliado da eficiência, sendo a sua escolha cada vez mais facilitada pelo aumento do conhecimento, através de instrumentos como a etiqueta CLASSE+.