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"Este é o momento certo para os gestores apostarem na Construção 4.0"

Entrevista com João Ferreira Gomes, Presidente da ANFAJE

Ana Clara19/09/2022

João Ferreira Gomes foi reeleito em março deste ano para mais um mandato à frente dos destinos da Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (ANFAJE). A dinamização da Academia, o reforço do Gabinete Técnico e o apoio e promoção das empresas do setor das janelas, portas e fachadas eficientes são alguns dos objetivos traçados. No ano em que está de regresso o Encontro Nacional da ANFAJE, que se realiza na Concreta, em outubro, o responsável analisa os principais desafios do mercado, entre eles a digitalização e a aposta na Construção 4.0.

João Gomes, presidente da ANFAJE, durante a apresentação do Guia das Janelas 2022. Foto: Ana Clara
João Gomes, presidente da ANFAJE, durante a apresentação do Guia das Janelas 2022. Foto: Ana Clara.

Foi reeleito em março deste ano presidente da ANFAJE, num mandato que vai até 2025. Quais são os desafios e prioridades para esta nova fase?

Apesar de ser uma consolidação do trabalho desenvolvido nos últimos 12 anos, o novo mandato representa uma responsabilidade acrescida e um enorme privilégio para continuar a liderar um setor que tem vindo a vencer diversos desafios e a abrir novas oportunidades. Relativamente aos desafios e prioridades da ANFAJE para este novo mandato, posso sintetizar em três grandes áreas: a dinamização da Academia ANFAJE, para elevar a qualificação e formação dos profissionais do setor; o reforço da atividade do Gabinete Técnico, com vista à criação de informação técnica que permita a divulgação dos produtos e serviços das empresas do setor e o reforço do envolvimento e participação coletiva das empresas associadas, para o qual procedemos, este ano, à criação do Conselho Estratégico da ANFAJE. Além disso, mantemos ainda como prioridade primordial, a representação, o apoio e a promoção das empresas do setor das janelas, portas e fachadas eficientes para que estas consigam continuar a responder aos crescentes desafios e oportunidades futuros, reforçando a modernização e competitividade. Para os próximos anos, a ANFAJE continuará a construir o futuro do setor, comprometendo-se no desenvolvimento de novas atividades e no lançamento de novos projetos.

A digitalização das empresas tem sido uma das grandes bandeiras da ANFAJE para o setor das janelas, portas, fachadas e envolvente do edifício em Portugal. Ela está mesmo a acontecer? E que constrangimentos ainda se colocam às empresas?

A digitalização está mesmo a acontecer e permitirá às empresas melhorarem a sua relação com o mercado, ganhar mais eficiência e eficácia, bem como maior produtividade e competitividade. As empresas que apostem nas oportunidades que os processos digitais trazem, quer nos processos produtivos, quer nas relações comerciais, podem obter uma maior rentabilidade das suas atividades. E, tendo em conta os apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para esta área e a aposta da Comissão Europeia através da 'Onda da Renovação', a ANFAJE considera que este é o momento certo para que os gestores das empresas do setor apostem na chamada 'Construção 4.0'. E, por isso, a ANFAJE tem levantado esta bandeira, desde 2020, intensificando ações de formação sobre este tema. Há um enorme interesse por parte do setor em acompanhar os desafios da modernização para continuar a responder positivamente às exigências atuais. O constrangimento que se coloca é o esforço financeiro inicial necessário à aquisição de novas tecnologias e equipamentos produtivos mais inteligentes e digitais. No entanto, gostaríamos de salientar que, com a digitalização, as empresas podem fazer alterações com baixo custo de investimento e alto retorno, nomeadamente nas áreas administrativas e comerciais.

Creio que as empresas do setor vão saber aproveitar as janelas de oportunidade atuais, preparando os seus negócios para a digitalização das competências profissionais, dos processos produtivos e da área comercial.

Nos últimos anos tivemos uma pandemia, agora temos um contexto macro-económico difícil, provocado por uma guerra na Europa. Como analisa o impacto que tudo isto teve e está a ter no setor e de que forma isso impacta na atividade económica?

Nos últimos dois anos, apesar da pandemia, o setor demonstrou ter uma grande resiliência, conseguindo dar resposta a uma elevada procura e registando uma intensa atividade. Contudo, e sobretudo desde o final de 2021, as empresas foram confrontadas com alguns desafios: as disrupções e a desorganização nas cadeias logísticas, que afetam o fornecimento, a disponibilidade dos produtos e os prazos de entrega habituais; a falta de mão-de-obra qualificada e o aumento dos custos de produção e de instalação em obra. Os aumentos sucessivos dos preços das principais matérias-primas, do custo da energia e dos combustíveis têm tido um forte impacto no preço final dos produtos e serviços do nosso setor. A agravar estes problemas, que atravessaram todo o período da pandemia Covid-19, temos agora os desafios relacionados com a guerra na Ucrânia, que veio trazer incertezas quanto à evolução macroeconómica portuguesa e europeia. Novos problemas decorrentes da forte subida da taxa de inflação e do aumento dos juros dos empréstimos, sobretudo os do crédito à habitação, terão, certamente, uma forte repercussão na área da construção e reabilitação, para os clientes particulares.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) irá, de facto, fazer a diferença?

O PRR é muito importante para o nosso setor, tendo em conta os objetivos e volume de investimento previstos para as metas de descarbonização da economia e da melhoria do conforto e eficiência energética dos edifícios. A previsível quebra da procura junto dos clientes particulares, tem de ser compensada com o relançamento urgente dos programas de apoio financeiro à troca de janelas antigas por novas janelas eficientes. A execução dos investimentos previstos nos programas definidos no PRR será essencial para manter a atividade das empresas do setor e assegurar os milhares de postos de trabalho. Além disso, o PRR permitirá manter a aposta na melhoria da qualidade de construção, do conforto térmico e acústico e da eficiência energética das habitações, com consequências muito positivas para o bem-estar, saúde e poupanças energéticas dos portugueses. As medidas inscritas no PRR, de acordo com a ANFAJE, devem ser executadas com o maior rigor e celeridade para que não seja perdida esta oportunidade sem precedentes.
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Encontro Nacional e Conselho Estratégico da ANFAJE

Falando do Encontro Nacional da ANFAJE que irá ter lugar na Concreta, em outubro, sob o mote ‘Continuar a construir o futuro do setor’, o que podemos esperar do evento e quais os objetivos da ANFAJE, tendo em conta que durante a pandemia não foi possível realizar a iniciativa?

Após dois anos de interrupção devido às restrições da Covid-19, e perante um setor cada vez mais forte e mobilizado, a ANFAJE está a organizar o VI Encontro Nacional do Setor das Janelas, Portas e Fachadas com grandes expetativas. O nosso Encontro Nacional vai permitir juntar diversos especialistas, parceiros, profissionais e empresas do setor, com o objetivo de partilhar conhecimentos, ideias e experiências que permitirão debater a situação atual e analisar como ‘continuar a construir o futuro do setor’. Para tal, a ANFAJE apostará em temas como a ‘economia circular’, a digitalização, a formação, a internacionalização e a execução dos programas de apoio do PRR. O Encontro Nacional reveste-se de especial importância, pois é o momento anual de referência que permite às empresas do setor e aos seus profissionais demonstrar a sua força, notoriedade e capacidade de cooperação.

Em finais de junho de 2022, foi criado o Conselho Estratégico da ANFAJE. Qual é o principal objetivo deste órgão e que missão terá?

O principal objetivo do Conselho Estratégico é ser um novo órgão consultivo de apoio à Direção, formado pelas empresas associadas com a missão de debater os principais eixos estruturais da ANFAJE para os próximos anos, tendo como horizonte o ano de 2030. Em junho, realizámos a primeira reunião, no Porto, a qual permitiu reunir diversos importantes contributos dos associados com o objetivo de definir os temas mais relevantes para o desenvolvimento da estratégia comum do setor.

Que mensagem gostaria de deixar ao setor e ao mercado em jeito de balanço do primeiro semestre de 2022 e o que desafios antecipa para 2023?

Com o contributo da ANFAJE, o setor prepara-se sempre para novos desafios e oportunidades. Continuaremos a apoiar as empresas para os crescentes desafios relacionados com a digitalização, a formação e qualificação dos profissionais do setor, as exigências da ‘economia circular’, a nova legislação e todos os fatores de inovação tecnológica. A par disto, a ANFAJE continuará a estar muito atenta à criação de oportunidades que advêm da execução dos programas e medidas no âmbito do PRR e da ‘Onda da Renovação’ e que vão promover a melhoria do conforto e da eficiência energética dos edifícios portugueses. Com o contributo das empresas do nosso setor, na instalação de mais janelas, portas e fachadas eficientes, teremos o parque edificado português com mais conforto e qualidade. Em 2023, esperamos mais desafios e oportunidades para continuar a construir o futuro do setor. Um futuro que contará sempre com a ANFAJE como pedra angular no apoio, na defesa e no reforço do prestígio deste importante setor.

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