Não há transição energética sem renovação de edifícios

O potencial energético dos edifícios existentes é grande porque a maioria é antiga e tem as piores classes de eficiência energética. © Ivan Smuk/Shutterstock.

A energia cinzenta faz a diferença. Esta é a energia que entra na construção de um edifício, ou seja, da própria construção, da produção de todos os materiais e do seu transporte para serem eliminados quando um edifício é demolido. Consequentemente, muita energia cinzenta tem de ser utilizada para um novo edifício. Metade de todos os recursos consumidos são utilizados pela indústria da construção. E 60 % dos resíduos são gerados na indústria – isto corresponde a 2,5 toneladas de resíduos de construção por pessoa por ano.

As renovações continuam a funcionar com a energia cinzenta do edifício existente, porque os recursos para a demolição, eliminação e novas construções são economizados. Assim, do ponto de vista ecológico, faria sentido apostar na renovação do parque imobiliário existente. Mas apenas 1 % de todos os edifícios na UE são renovados, todos os anos, de acordo com a eficiência energética. Isso é muito pouco se a tão proclamada neutralidade climática vier realmente a prevalecer na Europa até 2050.

Há várias formas de aumentar a eficiência energética de um edifício existente. Qual delas vale a pena depende do edifício individual. Quase sempre faz sentido otimizar o isolamento da envolvente do edifício. O calor é perdido através de janelas e portas ineficientes, bem como através de paredes exteriores, tetos e telhados insuficientemente isolados. A instalação de um sistema de ventilação com recuperação de calor reduz adicionalmente as perdas. A verificação da impermeabilidade da envolvente do edifício é outra medida.

Outro aspecto importante da renovação é a substituição de sistemas de aquecimento e arrefecimento desatualizados. Existem vários sistemas: o petróleo e o gás ainda são frequentemente utilizados como combustíveis clássicos, mas com caldeiras mais eficientes. Pellets, por exemplo, de madeira, são comuns como combustíveis regenerativos. Por vezes também vale a pena instalar uma bomba de calor. Existem também versões híbridas em que diferentes fontes de energia são utilizadas em combinação.

Entretanto, tornou-se prática comum instalar o seu próprio sistema de geração de energia. Um sistema fotovoltaico gera eletricidade, e um sistema solar térmico pode fazer parte do sistema de aquecimento de água.

Faltam trabalhadores qualificados que possam realizar o trabalho e falta de materiais. Devido à interrupção das cadeias de abastecimento, existe uma escassez de materiais em quase todas as áreas. E a inflação provocou uma subida acentuada dos preços dos produtos. A fim de poder manter os investimentos baixos, vale a pena as empresas de comércio da materiais de construção olharem para o mercado das máquinas em segunda mão. Quase tudo o que as empresas de construção precisam pode ser ali encontrado a partir de liquidações ou reestruturações de empresas.

Uma das principais plataformas europeias para máquinas e equipamento em segunda mão é a Surplex.com, onde máquinas modernas e bem conservadas de uma vasta gama de indústrias, tais como metal, madeira ou construção podem ser licitadas a um preço acessível. Aí, o serralheiro encontrará máquinas adequadas para o trabalho de metais e o carpinteiro encontrará equipamento para o trabalho da madeira. Para as necessidades do estaleiro de construção, há equipamento e ferramentas de construção – desde cortadores de juntas até plataformas de trabalho e andaimes. Além do equipamento de oficina para a construção de janelas e portas, estão também disponíveis pequenos aparelhos para técnicos de ar condicionado, engenheiros de aquecimento, eletricistas e outros artesãos. Por último, mas não menos importante: os sistemas fotovoltaicos para fornecimento de energia estão regularmente disponíveis na Surplex.

O mercado de máquinas em segunda mão é assim semelhante ao da renovação: preservando o antigo e concebendo o novo a caminho de uma UE climaticamente neutra.