A verdade é que há cada vez mais interesse e atenção por parte dos portugueses relativamente a esta temática. Em causa, na opinião do responsável da STO, à presente conjuntura socioeconómica que vivemos e ao período de COVID durante o qual fomos obrigados a ficar mais tempo em casa. O que levou à deteção de dois aspetos fulcrais: “primeiro, o desconforto que tinham em casa pelo facto de não conseguirem manter uma temperatura adequada quer no verão, quer no inverno, sendo obrigados a ter o arrefecimento ou aquecimento ligados ininterruptamente para poderem ter o tal equilíbrio na temperatura e algum conforto”.
O aumento da fatura da eletricidade foi a consequência imediata. Um problema que, com o aumento dos preços de energia, tende a agravar-se. “Não podemos pedir a uma família portuguesa que gaste mais de 200 euros por mês só em arrefecimento e aquecimento para terem conforto dentro da sua própria casa, este valor esmaga qualquer orçamento familiar! A pobreza energética do nosso parque habitacional veio ao de cima e começamos agora a tomar medidas para reverter o status quo existente. É também muito importante ter em conta que este uso excessivo de energia vem piorar e muito as já frágeis condições climáticas”, aponta José Neves.
Mas esse não foi o único problema com que se depararam os portugueses. A par da questão da climatização deram igualmente conta da “constante degradação das fachadas”. O responsável da STO Ibérica Portugal considera que é assustador verificar o quão a construção é pobre e pouco adaptada ao clima húmido do nosso país. “Basta passarmos por qualquer região para encontrarmos edifícios e vivendas com as fachadas a denotar defeitos assustadores, pontes térmicas, tintas desgastadas, fungos e bolores, entre outros. E o maior problema é que isto irá transformar-se rapidamente em despesas elevadas de manutenção para os proprietários”, constata. Para este executivo não podemos continuar a construir ou renovar sem termos determinados conceitos e preocupações fundamentais em conta, sem pensarmos na sustentabilidade a longo prazo dos nossos edifícios. A solução? “É urgente impor, legislar e “apoiar” uma consciência de construção mais amiga do ambiente e dos seus ocupantes”, afirma categórico.
E, como aponta Luciano Peixoto, CEO da Casa Peixoto, não se trata de um fenómeno temporário ou pontual. As mudanças climatéricas adversas estão cada vez mais presentes. E Portugal não escapa às suas consequências. “Os nossos edifícios são naturalmente castigados com as variadas intempéries”, consta Luciano Peixoto, que acrescenta que esta realidade faz com que a questão térmica seja umas das principais preocupações dos portugueses quando estão a estudar a solução ideal para a sua fachada. A par disso, a durabilidade, a questão estética e a manutenção são outras preocupações a ter em conta na escolha da solução/material.
“Nos últimos tempos tem-se assistido a uma série de inovações no que diz respeito às fachadas”, afirma o responsável pela Casa Peixoto, acrescentando que uma das que tem ganho mais quota de mercado e que a empresa considera ser “a melhor solução para os nossos edifícios” é precisamente a utilização de fachadas ventiladas. Mas em que consistem exatamente? “Fachada ventilada consiste num revestimento exterior suportado numa substrutura (normalmente sistema de perfilaria) separado da estrutura da habitação, permitindo a circulação do ar entre as duas camadas. Esta inovação ajuda a melhorar a performance térmica do edifício, aumentando a eficiência energética e preserva a vida útil do revestimento exterior, impedindo infiltrações e acumulação de humidade”, explica Luciano Peixoto.
José Neves acrescenta que a fachada ventilada é uma solução por excelência no que diz respeito ao isolamento de humidade. “A sua câmara de ar funciona como túnel de convexão obrigando assim as humidades a “subir” rapidamente por trás da fachada, sendo depois expulsas deixando de haver contato com o edifício”, diz. Adicionalmente, acrescenta, são uma excelente barreira acústica, são extremamente simples de manter, dão-nos a possibilidade de mudar a estética do edifício sem recorrer a grandes obras de remodelação, tudo isto com recurso a soluções criativas infindáveis e, a cereja no topo do bolo, a possibilidade de poder produzir energia com os nossos painéis fotovoltaicos.
No caso específico da Casa Peixoto, a empresa comercializa várias soluções para fachadas dos edifícios, nomeadamente as mais comuns, como o sistema ETICS, revestimentos cerâmicos ou compósitos (cimentícios, compostos de alumino, etc.). Questionada sobre as vantagens do sistema, a empresa aponta o baixo custo de investimento, com a contrapartida da fragilidade face ao impacto e manutenção da fachada. “Uma solução em cerâmico, sendo este um gres-porcelanico, a manutenção é quase nula, a absorção e a dilatação bastante baixa faz com que seja uma solução mais atrativa numa ótima de investimento a médio e longo prazo”, refere a Casa Peixoto.
E a verdade é que já começa a haver (muita) procura por este tipo de fachadas. O responsável pela STO Ibérica Portugal dá o exemplo de um hospital onde a empresa estudou a possibilidade de colocar 600m2 de uma fachada fotovoltaica. “. Feitos todos os cálculos inerentes, este projeto representava um investimento de 300 mil euros para o proprietário, sendo que o nosso estudo de rentabilidade indicava que, no mínimo, esta intervenção demoraria 8 anos a ser paga pela energia produzida. Este tipo de retorno é absolutamente brutal, já que a capacidade de produção de energia, quer no verão, quer no inverno, leva a que o investimento seja mais rápido de recuperar. Esta ideia entronca nas preocupações que temos hoje: ter cada vez mais soluções que sejam uma mais-valia”, constata.
novoperfil.pt
Novoperfil - Informação profissional sobre a Envolvente do Edifício