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Informação profissional sobre a Envolvente do Edifício
Entrevista com Manuel Joaquim Reis Campos, presidente da direção da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas

“Só uma atuação conjunta permitirá a concretização das metas de desenvolvimento sustentável e de combate à emergência ambiental que o país e a Europa atravessam”

Sónia Ramalho12/04/2023
Ainda que a construção sustentável já seja uma realidade, ainda há muito por fazer nesta área em Portugal. O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas fala sobre os principais desafios, o que é necessário para que se invista cada vez mais em projetos de construção sustentável, o papel do setor das portas e janelas e as principais tendências para o futuro, que passam por ferramentas BIM e a transição para uma economia circular.
Manuel Joaquim Reis Campos, presidente da direção da AICCOPN
Manuel Joaquim Reis Campos, presidente da direção da AICCOPN

Quais os principais desafios que Portugal enfrenta em matéria de construção sustentável?

A construção sustentável é já uma realidade no nosso país, destacam-se em especial os projetos promovidos e implementados para responder à emergência associada à transição para a Economia Circular, bem como para os princípios da “Construção 4.0”.
Este é, no entanto, um desafio impactante para o setor da construção e do imobiliário, uma vez que o recurso a novas tecnologias e à inovação, a capacitação dos recursos humanos, a procura de produtos e soluções inteligentes e sustentáveis constituem hoje fatores indispensáveis para as empresas, que têm de valorizar cada vez mais a circularidade e a sustentabilidade nas suas estratégias de atuação.
No entanto, a transição para modelos de desenvolvimento mais sustentáveis, numa sociedade em que as questões ambientais e energéticas assumem uma importância cada vez maior nas decisões de investimento, obrigam a uma transformação global, com a participação efetiva de todos os participantes da cadeia de valor da construção, os decisores políticos, os donos de obra públicos e particulares, os projetistas, as empresas de construção, os fornecedores de materiais, a academia, bem como os utilizadores finais dos produtos da construção.

Quais os principais benefícios de apostar numa construção sustentável?

São vários os benefícios. Destaca-se, desde já, aquele que se reveste de maior relevância face à emergência ambiental em que se encontra o país e a Europa, designadamente a implementação de práticas – digitais, tecnológicas e produtivas - em que a eficiência no uso de recursos e a transição para modelos de crescimento mais sustentáveis são prioritários.
A integração digital e tecnológica no processo construtivo, além de determinar um aumento da produtividade, diminuição de custos e redução do desperdício, torna as atividades do setor mais apelativas, considerando que o recurso a máquinas e automação permitem reduzir a exigência física do trabalho e ainda responder a um dos principais constrangimentos da atividade da construção, a falta de mão-de-obra.
A evolução efetiva de sistemas produtivos tradicionais para sistemas mais sustentáveis, a utilização de novos materiais, a construção off-site e modular permitem que as empresas sejam mais flexíveis, dinâmicas e operacionais, com melhorias significativas nas distintas cadeias de valor, designadamente na “oferta” em grande escala de produtos personalizados e individualizados.
Em suma, além dos benefícios óbvios associados à redução da pressão sobre o meio ambiente, as “boas” práticas de sustentabilidade e circularidade devem promover a investigação e a inovação, a interligação de todos os intervenientes na cadeia da produção, bem como o aumento da produtividade, da eficiência e da capacitação de empresas e profissionais.

Qual o papel do setor das portas e janelas dos edifícios na construção sustentável e de que forma pode contribuir para a eficiência energética?

As portas e janelas são componentes essenciais para a sustentabilidade dos edifícios, pelo que a escolha adequada das características técnicas destes elementos representa um papel importante na procura da sustentabilidade e da eficiência energética.
A verificação dos fluxos de energia, quer de ganhos solares, quer de perdas, ou de ventilação, são decisivos para o conforto térmico das edificações e consequentemente dos seus ocupantes, sendo, ainda, um fator determinante na redução dos consumos de energia e da fatura energética.
Assim, o setor associado a estes componentes representa um papel muito importante na sustentabilidade dos edifícios, enquanto setor que procura melhores e mais eficazes sistemas, e tem conseguido corresponder, através do desenvolvimento de novos produtos e sistemas de caixilharias e envidraçados, na incorporação de resíduos na produção de perfis, na integração de vidros fotovoltaicos, na integração de sistemas de inovação, entre outros, para a melhoria da eficiência energética do edificado.

O que é necessário neste sector para que cada vez se invista mais em projetos de construção sustentável?

É urgente uma atuação conjunta, designadamente na criação de normas e regulamentos de simples implementação, na valorização no âmbito dos concursos públicos das propostas com soluções ambientalmente mais eficientes, na definição de políticas de financiamento e contratação pública, na investigação e desenvolvimento – de novos produtos e processos construtivos, na disponibilização de plataformas e ferramentas tecnológicas, na gestão de recursos, bem como na definição de novas competências e capacitação dos profissionais do setor, através dos centros de excelência do setor (o CICCOPN e o CENFIC), investindo na reorientação dos cursos de formação para as novas valências no âmbito das matérias associadas à sustentabilidade.
Só esta atuação conjunta permitirá a concretização das metas de desenvolvimento sustentável e de combate à emergência ambiental que o país e a Europa atravessam.

Quais as principais tendências em matéria de construção sustentável para o futuro?

A construção sustentável, bem como a transição para uma economia circular, é já uma realidade para muitas empresas do setor da construção e do imobiliário, que têm vindo a desenvolver projetos no âmbito da gestão eficaz dos resíduos de construção e demolição, bem como a sua valorização e desenvolvimento de plataformas colaborativas, no mercado das matérias primas-secundárias, na incorporação de materiais reciclados nas empreitadas de obras públicas e particulares, na avaliação do ciclo de vida dos edifícios, na concretização de projetos de conceção que já acautelam a “futura” desconstrução em nova construção e, por fim, na criação de ferramentas baseadas em BIM – Building Information Modeling - para modelos de construção circular.
A construção offsite e a pré-fabricação são outros dos fatores de aposta, na vertente da industrialização da construção, uma vez que visam promover soluções com maior produtividade e eficiência no uso de recursos humanos e materiais, apresentando a possibilidade de, em determinados contextos, possibilitar custos de construção mais baixos, um maior controlo e menor desperdício de recursos e uma produção mais rápida.
Em resumo, a inovação focada na eficiência energética e na circularidade, o estabelecimento da construção industrializada e a transição digital e implementação de ferramentas BIM, em grande escala, parecem-nos ser, a curto prazo, as grandes apostas do Setor da Construção e do Imobiliário na implementação de práticas de sustentabilidade.

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