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Soluções de controlo solar em edifícios: sistematização e recomendações

Henriqueta Teixeira, Maria da Glória Gomes, António Moret Rodrigues
CERIS, DECivil, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa

25/05/2023

Existe uma grande variedade de soluções de controlo solar passíveis de serem instaladas nas fachadas dos edifícios, desde a sua integração no próprio envidraçado até à utilização de sistemas independentes, devendo a sua escolha obedecer a critérios que contemplem, a par do investimento monetário e efeito estético que criam, a contribuição que têm no conforto interior e desempenho térmico e energético dos edifícios.

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Os envidraçados em fachadas de edifícios, apesar de serem cada vez mais apreciados esteticamente, fornecerem iluminação natural e possibilitarem usufruir de vista para o exterior, são usualmente responsáveis por elevadas trocas de calor pela envolvente. Em particular, fachadas com grandes áreas de envidraçados, fortemente impulsionadas pela evolução da arquitetura moderna, tendem a apresentar valores excessivos de perdas térmicas durante os meses frios e de ganhos térmicos durante os meses quentes, que são fortemente dependentes dos níveis de radiação solar incidente e das propriedades dos envidraçados instalados.

O conforto visual também é comumente afetado por grandes áreas de envidraçados, já que pode ocorrer a transmissão excessiva de radiação visível, causando problemas de encadeamento.

Envidraçados de controlo solar

Existem vários tipos de envidraçados para fachadas que, devido às suas propriedades térmicas e óticas, oferecem proteção solar, sendo os mais comuns os que possuem um comportamento estático, ou seja, cujas propriedades são constantes ao longo do tempo.

Neste tipo encontram-se os envidraçados coloridos e refletivos, indicados para climas quentes e que reduzem os ganhos solares por absorção e reflexão, respetivamente, e os envidraçados de baixa emissividade, que reduzem as perdas térmicas por radiação de onda longa, sendo os últimos preferencialmente indicados para climas temperados.

Películas de controlo solar refletivas, espectralmente seletivas ou de baixa emissividade, também são soluções disponíveis no mercado para fornecer, de forma prática e acessível, proteção solar a envidraçados existentes.

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A par dos envidraçados com comportamento estático, existem, mais modernamente, os envidraçados dinâmicos, assim designados por incorporarem materiais inteligentes capazes de alterar as suas propriedades em resposta a certos estímulos, podendo ser controlados de forma passiva (impossibilidade de controlo pelo utilizador) ou ativa (possibilidade de controlo pelo utilizador).

Os envidraçados termocrómicos e fotocrómicos, ambos com controlo passivo, reduzem os ganhos solares em resposta a altas temperaturas ou à incidência de radiação ultravioleta, respetivamente.

Os envidraçados electrocrómicos, com partículas suspensas e com cristais líquidos, apresentam um controlo ativo, reduzindo os ganhos solares com um estímulo elétrico.

Os envidraçados gasocrómicos, também com controlo ativo, reduzem os ganhos solares em resposta a um gás específico quando introduzido na caixa de ar do envidraçado. Os envidraçados dinâmicos, apesar de serem inovadores e apresentarem desempenhos promissores, ainda são pouco comuns no edificado existente por se encontrarem em desenvolvimento e apresentarem custos de fabrico e instalação mais elevados do que os envidraçados estáticos.

Regulamentação

De acordo com a regulamentação existente, as propriedades dos sistemas envidraçados consideradas mais relevantes são o coeficiente de transmissão térmica (U), correspondente ao fluxo de calor que atravessa um metro quadrado do envidraçado numa hora para uma diferença de temperatura dos ambientes de 1 °C, e o fator solar (g), referente à fração de radiação incidente que é transmitida direta e indiretamente para o interior.

Para o cumprimento dos requisitos do desempenho energético e conforto térmico, a legislação portuguesa contempla valores máximos e de referência destas propriedades, sendo por vezes necessária a instalação de proteções solares opacas.

De facto, o controlo solar introduzido apenas pelo envidraçado, apesar da evolução da tecnologia que se tem assistido a este respeito, não é muitas vezes suficiente, obrigando ao recurso de elementos independentes com essa função específica – proteções solares opacas.

Proteções solares opacas

Estas podem ser instaladas no exterior, numa posição intermédia (caixa de ar do envidraçado) ou no interior, apresentando, normalmente, um melhor desempenho quando instaladas no exterior, já que permitem a redução da radiação solar antes desta alcançar o ambiente interior.
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As proteções instaladas no interior, apesar de também reduzirem a transmissão direta de radiação solar, tendem a contribuir para o aumento da temperatura interior devido à absorção de radiação pelas proteções, que é depois reemitida para o interior. Quanto ao tipo de comportamento, e à semelhança do referido para as soluções de envidraçados, as proteções solares opacas podem ser estáticas ou dinâmicas, podendo as últimas, que apresentam maior versatilidade, serem controladas manualmente pelo utilizador ou através de um sistema eletrónico automático.
As proteções exteriores estáticas que habitualmente são incorporadas nas fachadas são as palas, varandas e janelas recuadas. Estas proteções, quando bem dimensionadas, reduzem a radiação incidente durante o verão, quando a altura do sol é maior, mas permitem ganhos solares durante o inverno, quando os ângulos de incidência são menores, constituindo normalmente elementos que são logo incorporados na altura da construção do edifício.
Em edifícios mais modernos também é comum a integração de lâminas, quer estáticas, quer dinâmicas na fachada, sendo recomendada a posição vertical para fachadas orientadas a este/oeste e horizontal para fachadas orientadas a sul.

Como desvantagem destas soluções podem apontar-se a redução da vista para o exterior e maiores dificuldades na sua manutenção. O sombreamento de envidraçados também pode ser alcançado com a instalação de pérgolas ou toldos (fixos, projetáveis ou extensíveis), sendo de evitar a instalação em zonas com vento e/ou chuva forte, ou neve.

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As persianas e portadas, fortemente presentes no edificado em Portugal, são soluções estáveis e duradouras que podem ser instaladas no exterior ou interior para controlar os ganhos solares, além de oferecerem proteção/segurança e um acréscimo de isolamento sonoro a sons aéreos exteriores. A difusão da radiação solar incidente e consequente uniformidade de distribuição no interior pode ser alcançada com light shelves, que maximizam a iluminação natural, mantendo a vista para o exterior.
A plantação de árvores de folha caduca próxima às fachadas fornece sombreamento durante os meses quentes e permite a incidência de radiação durante os meses frios. No entanto, esta solução exige uma grande manutenção e, normalmente, apenas é eficaz para pisos mais baixos.

Estores de rolo ou de lâminas podem ser instalados tanto no exterior, como na caixa de ar ou no interior, para controlar os ganhos solares e fornecer privacidade, podendo ser mais facilmente substituídos do que persianas e portadas. Os estores de lâminas apresentam vantagens a nível de flexibilidade do sombreamento, já que é possível controlar a inclinação das lâminas, além da abertura do estore.

Por fim, as cortinas são soluções acessíveis e facilmente personalizáveis para instalação no interior, apesar de apresentarem uma durabilidade e desempenho inferiores.

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