Após um ano de intensa atividade e investimento no setor da construção nova e na reabilitação, aliado à reabertura dos programas de apoio à instalação de novas janelas eficientes («PAE+S 2023» e «Vale Eficiência II») dirigidos aos clientes particulares, o setor das janelas, portas e fachadas eficientes manteve uma tendência de crescimento positivo e de reforço da atividade das empresas.
Demonstrando uma enorme resiliência durante os últimos anos para ultrapassar desafios e obstáculos, estamos certos de que o ano de 2024 continuará a ser marcado por importantes oportunidades para o setor e para as suas empresas.
O relatório da ELPRE alerta para a necessidade de se reforçar o investimento na reabilitação energética dos edifícios.
Num quadro mais geral, a União Europeia continua a reforçar a sua ambição para que todos os edifícios, a partir de 2050, sejam neutros em carbono. Com este objetivo, os Estados-membros terão de executar os seus planos nacionais para garantir a redução gradual do consumo de energia primária dos edifícios. Tendo em conta as caraterísticas do parque edificado português, este será um enorme desafio para o país e para o futuro Governo, exigindo-se políticas e medidas ainda mais ambiciosas que possam dar resposta às enormes necessidades existentes.
Mas será também uma enorme oportunidade para o setor, na medida em que as janelas, portas e fachadas eficientes, pelas suas características técnicas, são essenciais para contribuir para a melhoria do conforto e eficiência energética do parque edificado, tendo em conta as metas definidas na Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE) e em outras iniciativas de promoção da sustentabilidade dos edifícios.
Por este motivo, a ANFAJE tem acompanhado atentamente a ELPRE, uma vez que esta define um pacote de medidas de melhoria para promover a eficiência energética do parque edificado português, com vista à sua transformação em edifícios NZEB. As medidas da ELPRE atuam ao nível da eficiência energética dos edifícios existentes e compreendem a intervenção nas envolventes dos edifícios, nomeadamente a substituição de janelas antigas por novas janelas mais eficientes. Porém, e de acordo com o 5º Relatório de Progresso de Monitorização da ELPRE, o consumo de energia primária no setor dos edifícios diminuiu cerca de 4,2% e as emissões de CO2 cerca de 44,1%, mas a percentagem de área de edifícios renovados com enfoque na eficiência energética, calcula-se estar perto, apenas, dos 2%, face a 2018.
De fato, o relatório acaba por alertar para a necessidade de se reforçar o investimento na reabilitação energética dos edifícios. Por isso, a ELPRE propõe a criação e/ou desenvolvimento de programas de financiamento para a reabilitação, com investimento público e privado, assim como o reforço das políticas de incentivo e monitorização do mercado.
Face a este cenário, constatamos que é necessária uma forte ambição para que Portugal possa apostar a sério na reabilitação do seu parque edificado. Esperamos igualmente que 2024 seja um ano de relançamento de medidas de apoio concreto, para que os portugueses possam melhorar o conforto das suas casas. Para isso, é indispensável relançar as medidas de apoio, como o Aviso PAE+S (Fundo Ambiental), complementado com a criação de benefícios fiscais, em sede de IRS, para quem investe no conforto e eficiência energética da sua habitação. Complementando estas medidas, é indispensável a criação de novas soluções de financiamento que possam auxiliar as famílias das classes média e baixa a melhorar o desempenho energético das suas casas.
Outro desafio prende-se com a adaptação, por parte das empresas do setor, às novas exigências regulamentares europeias e nacionais (prestes a serem publicadas) quanto ao desempenho energético dos edifícios, à sustentabilidade e ao ecodesign, mas também à transição verde e digital. Todos estes desafios irão obrigar a um maior investimento em novas tecnologias e nas competências dos profissionais do setor. Neste quadro, cada vez mais exigente para a liderança das organizações, a ANFAJE mantém total confiança nas empresas do setor e nos seus profissionais, pois, nos últimos anos, estas têm vindo a desenvolver novos produtos cada vez mais eficientes e processos de fabricação e instalação cada vez mais automatizados, avançados e sustentáveis, incorporando materiais e componentes, também eles, cada vez mais reutilizáveis, recicláveis e com baixo impacto ambiental. Temas como a sustentabilidade dos materiais e as exigências da economia circular já começam a ser o dia-a-dia das empresas do nosso setor.
Apesar disso, de acordo com os indicadores existentes para fileira da construção e do imobiliário, o setor será impactado pela evolução do mercado imobiliário e dos investimentos públicos e privados, pela atividade da reabilitação e pela capacidade do poder de compra das famílias portuguesas.
Perante os novos desafios e oportunidades de 2024, a ANFAJE continuará ativa na promoção do contributo indispensável que as janelas, portas e fachadas eficientes têm na melhoria do conforto, desempenho energético e sustentabilidade dos edifícios. E manterá, como sempre, a missão de representação e defesa do desenvolvimento do setor, preparando as empresas e os seus profissionais para os desafios e oportunidades que se abrem na construção do futuro.
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