Janelas ainda mais eficientes
João Ferreira Gomes, presidente da ANFAJE
30/04/2024A indústria do setor das janelas, portas e fachadas tem vindo a encetar um forte investimento na inovação dos seus produtos, com o objetivo de dar resposta a projetos de arquitetura cada vez mais arrojados, a novas regulamentações técnicas e ambientais mais exigentes e à introdução de tecnologias de produção mais avançadas.
Neste quadro, novos perfis de caixilharia dos mais diversos materiais (alumínio, alumínio-madeira, madeira, madeira-alumínio, PVC, etc.) têm vindo a ser desenvolvidos, tendo em linha de conta as crescentes exigências e requisitos ambientais.
Por esse motivo, a Declaração Ambiental de Produto (DAP) é, cada vez mais, uma ferramenta que as empresas começam a ter e a divulgar, sendo indispensável para demonstrar o desempenho ambiental do produto, assente em estudo de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). A utilização crescente da DAP de cada produto permite, assim, a comparação entre diferentes soluções e materiais para que projetistas e promotores possam incorporar nos seus projetos as opções mais eficazes em termos de sustentabilidade ambiental. Elevados padrões de sustentabilidade ambiental dos produtos (neste caso, perfis de caixilharia e vidros), devem ir a par com o reforço da necessidade de melhorar o isolamento térmico e acústico para obter excelente desempenho do conforto e eficiência energética dos edifícios.
Neste contexto, é indispensável estarmos focados no impacto que as empresas e os seus produtos têm no desenvolvimento sustentável e os resultados da sua atividade quanto à responsabilidade social, económica e ambiental. É igualmente importante entender os três vetores do desenvolvimento sustentável e os enormes desafios de cada área, entendidos de forma holística. Caso contrário, podemos correr o risco de analisar pequenas partes do desafio e confundir o mercado com conceitos mais próximos de estratégias de greenwashing, uma prática que começa a ser bastante utilizada em termos de marketing para que uma empresa ou produto pareçam mais ecológicos, mais respeitosos com o meio ambiente e, portanto, mais sustentáveis.
Para construir o novo caminho, é necessário dar a conhecer alguns dos principais desafios de hoje: o quadro legal e regulamentar nacional e europeu existente, os desafios relativos à descarbonização da economia europeia, a revisão da Diretiva do Desempenho Energético dos Edifícios, as novas exigências da construção de edifícios ZEB (consumo zero) e os desafios da reciclagem e da economia circular. Todos estes grandes desafios têm de ser encarados, conjuntamente com as oportunidades que se abrem, com os continuados avanços tecnológicos da denominada ‘Economia 4.0’: a integração da tecnologia digital e automatização dos processos, a incorporação crescente da inteligência artificial (IA), a “Internet das coisas” (IoT), a robótica avançada, a realidade virtual e aumentada.
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