Rui Abreu, presidente da APAL
17/07/2024Rui Abreu, presidente da APAL, no Auditório TEKTALKS da Tektónica 2024.
Nunca na nossa sociedade vivemos um período de tão grande e rápida transformação. Neste momento o mundo vive uma corrida contra o tempo para conseguirmos parar o aumento de CO2 na atmosfera da Terra e, com isso, parar o aquecimento global. Onde é que nós entramos? Qual é o impacto na nossa sociedade e como nos estamos a organizar para parar o aquecimento global?
Nas Nações Unidas chegou-se ao famoso Acordo de Paris, onde foram definidas metas que todos os países deveriam seguir (pelo menos os que assinaram o acordo). A União Europeia (UE), utilizando o texto das Nações Unidas, definiu o(s) seu(s) objetivo(s). E, desde logo, estabeleceu uma meta, colocando o limite do ano 2050 para que toda a UE seja neutra em carbono. Um grande objetivo a atingir, a que todos nós somos chamados.
A pressão é grande e o tempo não para. A APAL- Associação Portuguesa do Alumínio tem desenvolvido uma campanha para promover a sustentabilidade do metal alumínio e toda a sua indústria. Estamos a trabalhar ativamente para que os nossos associados tenham o objetivo da neutralidade em carbono nos seus planos de trabalho.
Um dos pontos muito importantes para atingirmos a neutralidade em carbono em 2050 é utilizarmos na nossa sociedade matérias que possam ser recicladas não para um produto diferente, mas para se fazer o mesmo produto. Note-se: quando se recicla uma garrafa de vidro pode-se produzir outra garrafa de vidro. No caso do alumínio, quando uma janela de alumínio chega ao final da sua vida pode-se reciclar o alumínio e produzir uma nova janela.
Estes dois exemplos são o que chamamos de um verdadeiro ciclo de vida. E os materiais que apresentem esta característica, ter um ciclo de vida, são os materiais chave para uma sociedade neutra em carbono.
Porque é que eu chamo o alumínio de material inteligente? Conseguimos ter um verdadeiro ciclo de vida do material (uma porta de alumínio no final de vida pode ser utilizada para fazer uma nova porta), o alumínio é infinitamente reciclável sem perder as suas características, na sua reciclagem é utilizada muito menos energia do que na sua extração da natureza, e é um metal leve, pelo que se consegue reduzir o peso do produto final.
Ao ser um produto leve conseguimos, por exemplo, diminuir o peso de um carro, e, sendo mais leve, o carro precisa de menos energia para se mover. Aqui está o conceito de material inteligente: o alumínio é leve, infinitamente reciclável, com reciclagem de baixo consumo energético. Sem dúvida um material com um papel chave para que a União Europeia seja neutra em carbono em 2050 e para que consigamos atingir o Acordo de Paris das Nações Unidas.
A pressão na reciclagem de materiais vai aumentar cada vez mais. Nós já temos a solução implementada, mas ainda existe margem para melhorar. A utilização de energias renováveis é um ponto importante, e vemos muitos dos nossos associados a aplicarem painéis solares nas suas empresas e a comprarem energia proveniente de fontes renováveis. E, muito importante para as fundições de alumínio, vemos o início de testes com hidrogénio como energia de substituição do gás natural (sendo que os testes já efetuados foram muito positivos).
Estou convicto que a indústria do alumínio é peça importante para uma sociedade neutra em carbono, e estamos mais preparados para o nosso futuro. Quando usamos alumínio sabemos que estamos a participar no esforço para atingirmos uma sociedade sustentável. Sem dúvida que o alumínio é o material inteligente.
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