A quarta conferência 'Pensar a Energia' da ADENE realizou-se a 18 de outubro, na Universidade do Algarve, trazendo para debate os'Desafios e Soluções para um Futuro Sustentável'.
Nelson Lage, presidente da ADENE reafirmou o compromisso da Agência para a Energia “em fomentar o debate, mas, acima de tudo, a cooperação entre todos os agentes envolvidos na transição energética.”
Vítor Santos, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), deu nota do baixo desempenho de grande parte do edificado português e como isso está diretamente relacionado com a pobreza energética, um problema nacional, e que pode ser agravado com as alterações climáticas.
O problema da seca no Algarve foi outro tema debatido. André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, referiu a importância, no âmbito do Selo Save Water, do papel da monitorização que permite ter uma noção ainda mais exata do impacto dos consumos do setor do turismo, empenhado na redução efetiva do consumo da água.
Sobre desigualdades económicas e sociais, Arnaldo Frade, presidente do Conselho de Administração do Centro de Formação para a Transição Energética, reforçou a importância da realização de sessões de sensibilização junto da população sobre a transição energética, numa linguagem acessível, pois além da formação técnica, a informal é muito relevante para levar este tema a todos.
A pobreza energética pode estar subestimada, segundo Sandra Faria Araújo, coordenadora nacional da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030, pois culturalmente estamos habituados a lidar com o frio e o calor, mas a fraca habitabilidade e a consequente pobreza energética têm um enorme impacto na saúde física e mental das pessoas. Para Cátia Henriques, head of external affairs & incentives na Galp, a transição energética é importante, mas há um preço a pagar e, por isso, as empresas e o Estado devem ter políticas públicas que protejam os cidadãos mais vulneráveis que também vão contribuir para a transição.
Sobre o futuro, os palestrantes abordaram o papel da inovação tecnológica na construção de um novo sistema energético, com foco nas energias renováveis e na inteligência artificial.
João Dinis, coordenador da Cascais Ambiente, apontou para a necessidade de uma regulamentação e legislação fácil de aplicar relacionada com a transição energética, de financiamento e de sensibilização ambiental dirigida a todos os eixos da sociedade.
Para Ana Rita Antunes, coordenadora executiva da Coopérnico, a aceleração de novos modelos de negócio e de produção de energia descentralizada necessita de simplificação e a inteligência da energia, tantas vezes associada às grandes empresas, tem de estar também nas mãos do cidadão, pois são capazes de trazer novas soluções.
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